Jornal Ação 261
// JORNAL AÇÃO ESPECIAL 9 bancária no país e o necessário estímulo à concorrência deveriam inibir arroubos sobre o esvaziamento dos bancos públicos. Ao dimensionar o papel do Banco do Brasil neste momento difícil da vida dos brasileiros, sabe- mos o quanto esta empresa pública pode atuar vigorosamente em progra- mas de crédito, assegurando fôlego para atividades pro- dutivas em conjuntura tão adversa. Porque difícil mes- mo é a vida dos brasileiros. Outro ponto não aborda- do com devida clareza pela mídia foi a curta trajetória no cargo do ex-presidente do Banco do Brasil, recen- temente demissionário. Não se trata de uma “vítima de Brasília”. Ao contrário, com as credenciais de “homem de mercado”, foi um di- rigente que semeou fre- quentes discórdias com os poderes constituídos, criou dificuldades institucionais e arranhou a reputação do Banco do Brasil. A inobservância da litur- gia do cargo colocou o BB como protagonista de episódios desgastantes, in- clusive junto a órgãos de controle. Tais posturas foram obje- to de ações da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil nos fóruns adequados, como a Comissão de Valores Mobiliários, o Tribunal de Contas da União e o próprio Conselho de Administração do Banco do Brasil. A mídia parece imbuída de convencer todos, inclusive os “bons funcionários” do BB, dos benefícios da privatização, insinuando que maus são os sindicatos e as associações – um lamentável traço autoritário. É importante afirmar que os funcionários do Banco do Brasil trabalham em um banco que atua no mercado há décadas, propor- ciona resultados sólidos e dividendos para os acionistas, ganha prêmios internacionais de sustentabilidade, tem papéis negociados no mer- cado de Nova Iorque e é reconhecido pela governança de acordo com órgãos regu- ladores. Esta dimensão de empresa pública que busca a eficiência, a competitividade e a entre- ga de resultados aos acionistas tem sido fru- to do trabalho dedicado e comprometido dos funcionários do BB. Contar com um banco público – que tem quase 70 milhões de clientes – para agir neste momento sob a perspectiva de medidas an- ticíclicas é indispensável para uma economia abalada pelo fechamento de empresas, so- bretudo micro e pequenas, sem falar no desa- parecimento de vagas de postos de trabalho e nas dificuldades enfrentadas pelos microem- preendedores individuais. Não se trata de lançar o Banco do Brasil em aventuras ou projetos sem sustentabilidade no longo prazo. Mas basta ver milhares de brasilei- ros nas longas filas da Caixa Econômica Federal, causando aglomerações desaconselhadas pe- las autoridades de saúde, para percebermos um sinal claro de atrofia do Banco do Brasil nestes tempos difíceis. A visão rudimentar de que o “mercado resolve tudo e é o melhor em tudo” não tem sido vi- toriosa na experiência internacional recente. A ação de governantes, de diferentes colorações políticas, no mundo inteiro tem-se pautado por estímulos do Estado para enfrentar uma das mais sérias crises econômicas. A estagnação brasileira e a grave crise social decorrente serãoperpetuadas semuso adequa- do de instrumentos públicos. Com responsa- bilidade e levando em conta a capacidade de atuar em sua dupla dimensão – mercadológi- ca e social –, o Banco do Brasil está preparado para fazer mais e contribuir para a vida de to- dos os brasileiros.
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