Associado Dirson Azambuja faz sua estreia na literatura com o romance histórico Os Bicos da Pandorga, disponível nos formatos digital e impresso
O associado Dirson Azambuja Dias, de 79 anos, tem muitas histórias para contar, tantas quantas as experiências que vivenciou. Para compartilhar um pouco desse conhecimento, dedicou-se nos últimos nove anos a escrever o livro Os Bicos da Pandorga, narrado em um ambiente de tensão existente entre brasileiros e descendentes de alemães no sul do Brasil, no período da II Guerra Mundial.
A trama revela a prática do contrabando de fronteira, comum em regiões geográficas em que os limites políticos entre os países são ignorados pelo cotidiano dos moradores, cujas relações culturais e econômicas em âmbito local se constroem ao longo da História. No entanto, na narrativa do livro, a situação começa a se modificar quando uma quadrilha internacional se forma e passa a dominar o comércio clandestino.
‘Eu ouvia histórias de contrabando de fronteira quando vivia em Santa Rosa. Não sabia do que se tratava exatamente. Mas pensei: preciso escrever sobre isso. Uma pessoa com 79 anos já viveu muitas experiências e acaba que tem histórias para contar”, revela Azambuja. A ideia de escrever o livro surgiu daí e também do gosto pela leitura. A aposentadoria no BB deu o impulso final. “Comecei a escrever mesmo após parar de trabalhar. Não se pode ficar sem fazer nada. A não ser que se tenha muito dinheiro para viajar, o que não era o meu caso”, brinca.
O associado destaca, porém, que a obra não é autobiográfica. Apenas o Bar e Armazém Camponês citado na história tem relação com sua infância, pois foi de seu pai, assim como a referência a uma carta escrita com pétalas de rosas se baseia em fato real. Além disso, a filha contribuiu ao sugerir nomes de personagens. “No mais, são coisas que presenciei ou que me contaram”, ressalta.
Veja aqui a sinopse do livro Os Bicos da Pandorga e como adquirí-lo
EXPERIÊNCIA
Azambuja ingressou no BB em 1968, quando já tinha experiência em agências bancárias. Trabalhou por três anos no Banrisul e, antes ainda, no Banco Pfeiffer – que, no período da II Guerra, teve o nome alterado para Sulbanco e que, em 1972, iria se associar ao Banco da Província e ao Banco Nacional do Comércio para dar origem ao Banco Sulbrasileiro.
O associado conta que passou no concurso do BB para o cargo de auxiliar, pois o de escriturário já exigia à época conhecimentos em Contabilidade, Matemática Financeira e Inglês. “Eu queria sair da minha cidade natal, Tapes, pois não havia empregos para todos. Então comecei a fazer concursos. Vinha de uma família grande. Meu pai só podia garantir o primário (atual ensino fundamental) para os filhos”, revela.
Após a nomeação, Azambuja foi lotado no município de Santa Rosa (RS), onde trabalhava na área de cadastro – principalmente com a análise e manuseio de documentos referentes à carteira agrícola. A experiência na área rendeu um convite, em 1977, para trabalhar na Direção Geral, em Brasília, na elaboração do Manual do Serviço de Cadastro.
PRÉDIO
O que era para ser uma experiência de três meses acabou se transformando em trabalho permanente, e a esposa, Tania, teve que deixar o cargo público como professora de Letras para acompanhar o marido. Ela também ingressaria no BB logo depois, em 1979. À época, o casal já tinha seus dois filhos. Atualmente, todos residem em Brasília, inclusive a neta.
Quando se mudou para a cidade, a família morou em um prédio ocupado apenas por funcionários do Banco do Brasil vindos de outros estados, localizado no bloco E da quadra 115 Norte. O filho reside hoje no mesmo apartamento, com sua família. O atual presidente do BB, Fausto Ribeiro, está entre as crianças que brincavam junto com os filhos de Azambuja e Tania na área de lazer do prédio de funcionários do Banco.
Azambuja aposentou-se no BB em 1993, no setor de Auditoria, mas continuou trabalhando. Foi perito da Justiça Federal em Brasília e depois assistente técnico de operação do BB, sempre na área de análise contábil. No momento, está em processo de elaboração de seu segundo livro, O Sobrado Velho, cuja história se passa em 1964. “Mas sem política”, adverte o escritor.
O associado Dirson Azambuja Dias, autor de Os Bicos da Pandorga, e o vice-presidente de Comunicação da ANABB, Nilton Brunelli