× Modal
< Voltar


ANABB

“Declarações de Guedes não contribuem para a superação dos problemas" - Augusto Carvalho

A ANABB, assim como outras entidades da sociedade civil, manifesta insatisfação com as recentes declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes


Em 01.10.2021 às 16:45 Compartilhe:

A ANABB, assim como outras entidades da sociedade civil, manifesta insatisfação com as recentes declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que voltou a criar divergências e defendeu a privatização de empresas estatais, como o Banco do Brasil.

No entanto, resgatando um histórico dos compromissos assumidos pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, desde a sua posse, é possível reiterar que a privatização do BB é um tema que perdeu força, sendo assunto vencido.

Para o presidente da ANABB, Augusto Carvalho, a declaração do ministro em nada contribui para a superação dos reais problemas enfrentados pelo povo brasileiro.  “Vivemos um cenário de incertezas, com baixo crescimento econômico, desemprego, inflação e juros altos, com riscos fiscais elevados. As promessas de criação de um ambiente de negócios favorável não se concretizam com factoides dessa natureza. Todos sabem que o Banco do Brasil é uma empresa moderna, eficiente e indispensável à implementação das políticas públicas de qualquer governo”.

Com sua experiência na Câmara dos Deputados, o dirigente da Associação reforçou que o tema privatização do BB dificilmente entrará na pauta de discussões do Legislativo, principalmente um ano antes das próximas eleições. “Com declarações como essas, o ministro da Economia traz insegurança jurídica aos investidores e temor aos funcionários do Banco do Brasil, que sustentam o sucesso da instituição e a conduziram com louvor durante a pandemia”, completou Augusto.

Além disso, a pasta ligada à Economia não decide isoladamente sobre quais estatais devem ou não ser privatizadas. Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a venda das estatais matrizes, as chamadas “empresas-mãe”, necessita de autorização do Congresso Nacional. Além disso, tramitam no Legislativo vários projetos que buscam impedir a privatização do BB e suas subsidiárias.


FANFARRONICE

O Diretor Executivo da Associação Contas Abertas, Gil Castello Branco, destaca que a declaração do ministro conflita completamente com o propósito do governo Bolsonaro. “Em 2018, quando o presidente começou a falar de privatizações, já excluiu do pacote Petrobras, BB e Caixa. Me parece uma manifestação descabida, uma fanfarronice do Paulo Guedes, porque ele sabe que a privatização do Banco do Brasil não vai acontecer”.

O representante da entidade, que é reconhecida pela elaboração de estudos técnicos sobre economia, lembrou que o Brasil continua com 158 estatais e as privatizações de algumas delas estão paradas. “Apesar do discurso liberal do governo, a privatização da Eletrobrás está sendo discutida desde 2016 e está empacada no Congresso. Sobre a privatização dos Correios, até hoje faltam definições sobre a modelagem da venda, se vai colocar no mercado ou vai fatiar.  Isso tudo comprova que, na prática, o discurso precisa mudar”, disse Gil.

Por fim, ele lembrou a importância do Banco do Brasil e o seu papel no crescimento do País. “O BB é uma empresa com mais de 200 anos, controla cerca de 15 subsidiárias, está em 99% dos municípios brasileiros e em 16 países. Na sua atuação, destaco a agricultura familiar, o agronegócio e as exportações que são o carro chefe da economia hoje, tendo o BB papel relevante. Isso sem falar nos investimentos do Banco em moradia e infraestrutura. Declarações como essas geram turbulência, intranquilidade entre os funcionários e acionistas”, finalizou o diretor da Contas Abertas.

Fonte: Agência ANABB