Confira a entrevista com o presidente da ANABB Augusto Carvalho

A íntegra da entrevista está publicada na edição 262 do Jornal Ação

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Leia um trecho da entrevista com o presidente da ANABB, Augusto Carvalho, publicada na edição nº 262 do Jornal Ação. 

ANABB: A ANABB nasceu com o propósito de defender o Banco do Brasil. Com sua experiência de seis mandatos como Deputado Federal, como avalia este momento para o BB?

AUGUSTO CARVALHO: O atual governo tem, em sua composição, uma ala que puxa para um caminho privatista. E tem também pessoas com visões diferentes, que consideram instituições do Estado como importantes para o processo de desenvolvimento econômico e social do País.

O parlamento não é diferente. Embora haja parlamentares declaradamente partidários do estado mínimo, creio ser majoritária a bancada dos que valorizam as instituições públicas no processo de desenvolvimento do país. Aliás, a pandemia que enfrentamos realçou a importância do Banco do Brasil e da Caixa Econômica no apoio aos setores vulneráveis da sociedade.

Assim tem sido ao longo dos governos que se sucedem. A pujança do agronegócio brasileiro é indissociável do BB. A atuação do braço social do Banco, a Fundação Banco do Brasil, é exemplar. Não creio, portanto, que haja espaço para uma proposta de privatização do Banco do Brasil, mesmo porque estamos em um ano préeleitoral. No entanto, precisamos estar vigilantes a movimentos dissimulados, como, por exemplo, a entrega a grupos privados de alguns segmentos do Banco eficientes e lucrativos, essenciais para garantir sua sustentabilidade.

ANABB: Qual a perspectiva de sua gestão em relação à Cassi?
 

AUGUSTO CARVALHO: A Cassi atravessou uma situação de dificuldades que levou até a uma intervenção branca da Agência Nacional de Saúde. Hoje a Cassi se encontra em uma posição sustentável. A ANABB tem no escopo de sua atuação a defesa da Cassi e da Previ. Nós estamos abertos a uma parceria com a Cassi. E também críticos, apoiando, e ao mesmo tempo participando da construção de uma situação a mais desejável para atender os nossos associados.

ANABB: Atualmente, há alguns movimentos no sentido de alterar o sistema de governança da Previ. Essa defesa a ANABB vai continuar fazendo?

AUGUSTO CARVALHO: A Previ serve de exemplo para o conjunto dos trabalhadores, especialmente de empresas estatais e públicas, que possuem entidades com planos de previdência fechados. Essa conquista é resultante da luta dos funcionários do Banco para que tivessem a cogestão da entidade. Não tenho dúvidas de que a cultura da casa e nossa formação, de apego às boas normas de administração, foram fundamentais para a solidez da Previ.

Hoje, alguns fundos têm que buscar junto aos participantes os recursos necessários ao saneamento de suas contas, abaladas pela corrupção que grassou nos últimos governos. Para evitar a ocorrência desses episódios, vejo a necessidade não de suprimir a paridade da governança, mas, sim, qualificar os nossos representantes e reforçar os seus compromissos com o conjunto dos participantes da Previ. Esse é o verdadeiro escudo contra manipulações e intervenções espúrias que possam surgir.

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