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Reestruturação do BB

União fortalece debates sobre reestruturação do BB

Veja o posicionamento defendido em live realizada nesta terça-feira, 19/1


Em 20.01.2021 às 10:33 Compartilhe:

O Brasil vive um momento dramático e totalmente inoportuno para se promover fechamento de agências e desligamento de funcionários. Esse foi um dos principais pontos defendidos pelos representantes das entidades de funcionários da ativa e de aposentados do BB, durante a live realizada nesta terça-feira (19/1).

Participaram do encontro virtual, representantes da AAFBB, ANABB, Contra-Cut, FAABB e Sindicato dos Bancários de Brasília. Também integraram a mobilização deputados e senadores de duas frentes: Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos e Frente Parlamentar pela Soberania Nacional, representadas pelos deputados Erika Kokay (PT/DF), Pompeo de Mattos (PDT/RS) e Zé Carlos (PT/MA); e pelo senador Jaques Wagner (PT/BA). A atual Caref, Débora Fonseca, também marcou presença.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Kleytton Morais, o Banco do Brasil vem sofrendo ataques e ameaças de privatização. “Com essa desestruturação, o governo retira o papel e quebra a capilaridade do BB, como instituição a serviço do povo brasileiro, e ataca os trabalhadores na medida em que reduz postos de trabalho e diminui a capacidade de renda e funções para os trabalhadores que vão permanecer na instituição”.

O representante da Contraf-Cut, João Fukunaga, por sua vez, argumentou que esse foi mais um movimento que prejudica a atuação do BB como banco público. “Com o fechamento de 361 agências e transformação de 243 em postos de atendimento avançado, ocorre uma precarização do atendimento. Muitas dessas agências fechadas estão localizadas em cidades pequenas e, em muitos desses lugares, cidadãos terão que pegar carro e barcos para ter um atendimento bancário digno. O BB está cheio de fila, as pessoas ainda procuram atendimento, principalmente as de baixa renda que não têm acesso às plataformas digitais”, disse João.

Já o presidente da ANABB, Reinaldo Fujimoto, destacou que todas as entidades foram pegas de surpresa com a reestruturação. “Assim que tomamos conhecimento do comunicado, solicitamos audiência de urgência com o presidente do BB e vimos uma total falta de transparência por parte do Banco. A forma de atuação do Banco passa sempre pela sua natureza de instituição financeira pública e há outros caminhos a serem seguidos, como preparar o BB para retomada da economia, rever contratos, renegociar valores. Não é só enxugar. O momento é dramático e precisamos resgatar o valor do BB para a sociedade”, ressaltou Fujimoto.

Débora Fonseca, atual Caref do BB, também reforçou que a falta de transparência está deixando os funcionários inseguros e temerosos com o processo. “O funcionário não sabe se a agência que ele trabalha vai fechar ou não, se vai permanecer na localidade em que reside. Os relatos são vários e, principalmente, nas agências dos interiores dos Estados. Temos nos mobilizado, pois o processo é prejudicial para os bancários, para a população e para o próprio BB, não há justificativa plausível para o processo”, disse.

A representante da AAFBB, Loreni de Senger, ressaltou que até agora as entidades desconhecem a relação de agências a serem fechadas, sendo inadmissível que um banco público tome uma decisão dessa. “O BB, como banco público, tem a obrigação de fazer o seu trabalho social. Se ele não desse lucro, talvez os acionistas pudessem reclamar, mas não é isso o que acontece. O que a sociedade espera é que o BB continue a levar crédito para o interior, onde nenhum outro banco quer ir”.

 

POSICIONAMENTO DOS PARLAMENTARES

Os parlamentares presentes no encontro virtual enfatizaram que todas as ações de fechamento de agência e desligamento de funcionários não mais são que uma tentativa de desmonte do banco, precarizando o atendimento para em seguida privatizar a instituição.

O presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Bancos Públicos, Zé Carlos (PT/MA), convocou os bancários e a população que sofrerá com o fechamento das agências para se mobilizarem. “Todos sabemos da importância do BB, precisamos mobilizar os bancários e a população, irmos para ruas e denunciar, porque querem enfraquecer o Banco do Brasil nesse momento. Precisamos alertar sobre o impacto do atendimento nos pequenos munícipios”.

Já o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar pela Soberania Nacional, Pompeo de Mattos (PDT/RS), reforçou que “o Banco do Brasil dá lucro, é rentável, está presente em quase todos os municípios, está em toda a atividade econômica brasileira e, com isso, os olhos do mercado crescem. Como não conseguem vender, a estratégia é desmontar em partes, porém não vamos permitir que isso aconteça, o Banco é patrimônio do Brasil e dos brasileiros”.

Também defensora da classe bancária, a deputada federal Erika Kokay (PT/DF), destacou a necessidade de uma grande articulação. “Precisamos fazer esse enfrentamento, de local a local, com o fórum entre os parlamentares e as entidades e, por fim, por meio de Projeto de Decreto Legislativo para sustar essas medidas durante a pandemia. Temos que convocar o ministro da Economia para prestar esclarecimentos e todas as medidas possíveis para defender o Banco do Brasil.”

O senador Jaques Wagner destacou que os bancos públicos são extremamente fundamentais para o desempenho da agricultura familiar e nos interiores do País.  “Fui governador e um dos pedidos mais eloquentes que recebia no período foi para abrir agências do Banco do Brasil e quando fechava era uma loucura. Devemos nos mobilizar, judicializar e ir para a luta”.

O senador e a deputada registraram a importância de os parlamentares apresentarem requerimentos de urgências contra a reestruturação e convocarem o presidente do Banco do Brasil, André Brandão e o ministro da Economia, Paulo Guedes, para explicar ao parlamento as medidas tomadas pelo BB.

 

ASSISTA A ÍNTEGRA DA LIVE DESTA TERÇA-FEIRA (19/1)

Fonte: Agência ANABB