Live realizada pela Agência Servidores contou com a participação de entidades representativas e integra série sobre o Estado brasileiro
A ANABB participou do 2º episódio de série de debates Nosso Estado, dedicado ao tema “O Papel dos Bancos Públicos”, na manhã desta quinta-feira (08/10). A atividade é organizada pela Agência Servidores e conta com o apoio de associações e sindicatos de funcionários públicos. A live teve picos de audiência de mais de 2,7 mil pessoas nas variadas plataformas em que foi transmitida.
Estiveram presentes no debate o presidente da ANABB, Reinaldo Fujimoto; o coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos, deputado federal Zé Carlos (PT/MA); o presidente da Associação dos Funcionários do BNDES, Arthur Koblitz; o diretor de Formação da Federação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Pedro Ferreira; e o gerente de Estudos Econômicos da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), Andrej Slivnk.
O presidente da ANABB lembrou a trajetória de 212 anos do Banco do Brasil, cuja atuação foi evoluindo ao longo do tempo de acordo com as necessidades do País. Fujimoto destacou a crise de 2007/2008, quando a oferta de crédito pelos bancos públicos evitou danos maiores à economia. “A atuação anticíclica dos bancos públicos foi essencial para evitar tanto a paralisia do mercado de crédito doméstico quanto impactos ainda mais negativos sobre o nível de atividade”, apontou ele.
Reinaldo Fujimoto também lembrou a diversificação da carteira de crédito do Banco do Brasil e o aumento dos financiamentos, entre 2003 e 2015; a viabilização da política de redução dos spreads bancários, em 2012; e o protagonismo do BB no financiamento de diversos programas governamentais, direcionados ao agronegócio, agricultura familiar, micro e pequenas empresas, obras de infraestrutura e diversas outras áreas importantes.
“Defender o Banco do Brasil não é apenas defender essa história toda, o que por si só já seria suficiente. Defender o Banco do Brasil é defender a capacidade do Estado brasileiro de realizar políticas públicas essenciais para o desenvolvimento, com a inclusão social de que o nosso País tanto precisa. O BB tem um papel estrutural na economia nacional”, frisou o presidente da ANABB.
FOMENTO ÀS POLÍTICAS SOCIAIS
O deputado Zé Carlos, que por 33 anos foi funcionário da Caixa Econômica Federal, lembrou no debate que a atuação dos bancos privados na crise de 2008 foi oposta a dos bancos públicos, já que os primeiros passaram a restringir a oferta de crédito para preservar seus lucros, afetando a economia. O parlamentar citou também uma pesquisa que apontou que 64% da população brasileira não quer a privatização da Caixa, por entender seu papel nas políticas sociais, e destacou a participação dos funcionários da Caixa e do BB nos constantes resultados financeiros positivos obtidos por ambas as instituições.
Andrej Slivnk, que é filho, sobrinho e neto de funcionários do BB, também defendeu a valorização dos funcionários e servidores de instituições financeiras públicas, tendo em vista a função essencial que exercem para o fomento ao desenvolvimento. Ele destacou que os bancos públicos são responsáveis por 75% dos financiamentos de longo prazo (acima de 3 anos) ofertados no País, por 75% dos financiamentos a obras de investimento e infraestrutura e por 98% do crédito oferecido ao setor público.
Jair Pedro Ferreira, por sua vez, ressaltou que somente as empresas públicas têm um olhar para o desenvolvimento pleno do Brasil, já que sua atuação se dá em todo o território nacional, e não apenas nos grandes centros econômicos e áreas rentáveis. Destacou também que a pandemia tem demonstrado a importância da atuação das instituições públicas e de seus funcionários: lembrou, por exemplo, que os bancos privados rejeitaram fazer transferências para pagamento do auxílio emergencial, porque as mesmas estavam isentas de taxas, e que a Caixa é responsável por 95% a 100% dos financiamentos habitacionais concedidos a famílias com renda de até R$ 2 mil. “Esse é o papel do Estado: equilibrar, proteger as pessoas”, apontou ele.
Por fim, Arthur Koblitz relatou a atuação do BNDES no financiamento a longo prazo do comércio exterior, projetos de preservação ambiental na Amazônia, construção de cisternas no Nordeste, modernização e expansão do parque industrial e obras de infraestrutura. Conforme ele, a vocação dos bancos públicos é a de financiar o desenvolvimento sustentável, capaz de gerar empregos e renda à população. O debate sobre o Papel dos Bancos Públicos e os demais episódios da série Nosso Estado da Agência Servidores estão disponíveis na íntegra aqui.