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#naomexenoBB

Cinco coisas que o presidente do Banco do Brasil precisa saber

A ANABB, ao desejar boa gestão para o BB, deixou também um recado importante para o novo presidente


Em 25.09.2020 às 15:00 Compartilhe:

Mudanças no comando de empresas são naturais e corriqueiras. Algumas, no entanto, despertam mais atenção. Esta semana, por exemplo, o ex-presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, foi substituído pelo executivo André Brandão, proveniente do HSBC e que estava trabalhando em Nova Iorque.

A gestão encerrada colocou o Banco do Brasil, inadvertidamente, no foco de um noticiário carregado de negatividade. Um dos mais notórios casos foi a interferência no conteúdo da publicidade do Banco do Brasil.

O acontecimento ganhou ampla repercussão e foi explicado pelo Meio&Mensagem: “o imbróglio é decorrência do descontentamento do presidente Jair Bolsonaro com o teor de um comercial criado pela WMcCann para o Banco do Brasil, que foi veiculado de 31 de março a 14 de abril, repleto de termos populares na internet e protagonizado por jovens negros, brancos, de cabelos pintados e tatuagens tirando selfies” (edição de 26/04/2019).

Com linguagem moderna e dentro da linha de rejuvenescimento da marca junto aos mais jovens, o comercial foi retirado de circulação, curiosamente, pelo mesmo executivo que dizia estar a serviço da modernização do BB no ambiente digital.

Em diversas oportunidades assistimos uma gestão que reiterava, em resumo, três críticas: lamentava que o Banco do Brasil estivesse perdendo a guerra com as fintechs, se queixava do fato do BB estar submetido a muito controle - fazendo menção desonrosa ao Tribunal de Contas da União (TCU) - e, por fim, defendia enfaticamente a venda do BB por entender que não fazia sentido para o Estado. Com esta narrativa, presidiu o BB por quase dois anos.

A entrada de um novo gestor, ao qual desejamos boas vindas e uma gestão profícua, é oportuna para que a Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) reitere cinco pontos fundamentais a respeito do futuro do BB:

PRIMEIRO
Fortalecer o BB é estratégico para a retomada da economia brasileira. O fortalecimento do BB como empresa pública é decisivo neste momento onde o crédito precisa irrigar a economia. São eloquentes, os números do desemprego, com 12,5 milhões de brasileiros sem oportunidades de trabalho, a queda de 9,7% do PIB do segundo trimestre, e o fechamento de mais de 700 mil pequenas empresas.

SEGUNDO
O
 BB pode fazer muito para salvar negócios e empregos. O BB tem compromisso com o desenvolvimento do País e pode fazer muito mais para salvar negócios, estimular a renda e preservar empregos. Neste contexto, destacam-se as ações de dois bancos públicos: o Banco do Brasil (BB), presente em 99,5% das cidades brasileiras, e a Caixa Econômica Federal (CEF) têm desempenhado um papel crucial no socorro das microempresas e empresas de pequeno porte. O BB tem tido atuação destacada nas operações do Pronampe, o programa de apoio ao segmento, que responde por mais de 52% dos empregos com carteira assinada no Brasil.

TERCEIRO
Sustentabilidade dos negócios, preservação ambiental e responsabilidade social são inseparáveis da longa tradição do BB enquanto banco público, útil para toda a sociedade. O reconhecimento internacional como empresa comprometida com a sustentabilidade, tem sido amplamente reiterado. Seja no Fórum Econômico Mundial em Davos, seja na manutenção do BB em índices da Bolsa de Nova Iorque (DowJones-DJSI) e da Bolsa de Londres (FTSE4 Good Index Series) que valorizam as práticas ESG – sigla com as iniciais em inglês para ambiental, social e governança.

QUARTO
Vender partes do BB enfraquece a empresa e prejudica o País. A complexidade dos conglomerados financeiros requer cautela quando se fala em “desinvestimentos”. Vender partes do Conglomerado ilude a sociedade porque a privatização não resolve problemas complexos do País e pode enfraquecer todo o Banco do Brasil. Já apontamos recentemente, em artigo na Folha de S.Paulo, sobre a ilusão das privatizações.

QUINTO
Em time que está vencendo, não se mexe. O BB é sólido, lucrativo e útil para a sociedade. Atua no desenvolvimento regional e é destaque no crédito produtivo para pequenas e médias empresas. É líder no financiamento da pequena produção rural e do agronegócio que alimentam hoje cerca de 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo.

Desta forma, desejamos que os próximos anos de gestão do BB não sigam o caminho anterior de desprestígio, diminuição e enfraquecimento da empresa. Vamos acompanhar e torcer para que seja uma condução no rumo do fortalecimento de um modelo dual – banco público e com atuação mercadológica – com resultados e cada vez mais aderente aos desafios econômicos e sociais do País. Por isto, continuaremos engajados no movimento #nãomexenoBB. É do Brasil. É dos Brasileiros.

Clique aqui e veja como participar da campanha #nãomexenobb. É do Brasil. É do Brasileiro.

Fonte: Agência ANABB