Informação foi publicada em reportagem da Revista Fórum, que cita também o trabalho da ANABB para tornar a negociação mais transparente
A venda de uma carteira de crédito em dívidas do Banco do Brasil ao BTG Pactual, avaliada em R$ 2,9 bilhões e negociada por R$ 371 milhões, segue repercutindo na imprensa. A Revista Fórum publicou reportagem em que cita a avaliação de um analista do mercado financeiro de que a carteira tem potencial de recuperação de 70% do seu valor total. A venda ao BTG alcançou menos de 13% desse valor.
Conforme o analista de mercado ouvido pela revista, a maior parte da carteira de crédito se refere a dívidas oriundas de financiamentos imobiliários obtidos por ex-funcionários do próprio Banco do Brasil, que deixaram a instituição em Programas de Demissão Voluntária (PDVs) nos anos 1990 e início dos anos 2000. Este tipo de dívida permite que, em caso de inadimplência, os imóveis sejam retomados pelo agente financeiro para quitação dos empréstimos.
A ANABB vem acompanhando com muita atenção a negociação entre BB e BTG Pactual e tem adotado ações para dar transparência à operação, de modo a avaliar sua legalidade e evitar prejuízos à instituição e aos acionistas. Essas ações têm recebido destaque na imprensa, inclusive na reportagem da Fórum.
São os casos, por exemplo, do pedido de esclarecimentos ao BB e das solicitações feitas ao Tribunal de Contas da União (TCU), à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ao Banco Central (BC) para que examinem se houve ampla concorrência na operação e se os valores estão de acordo com os praticados no mercado.
A Associação recebeu recentemente uma informação confidencial de um fundo que atua no segmento de cessão de carteiras de crédito, o qual questiona a gestão do Banco do Brasil por ter apresentado o negócio a apenas quatro empresas especializadas, entre as quais teria sido escolhida a melhor proposta de pagamento. Conforme o fundo que realizou a denúncia, é praxe no mercado a negociação de carteiras significativas como a adquirida pelo BTG por meio de leilão. Além disso, haveria mais de 20 empresas atuantes nesse segmento de mercado, incluindo fundos internacionais, e não apenas quatro.
A fonte ouvida pela Revista Fórum em sua reportagem garantiu ter avaliado a carteira negociada entre BB e BTG Pactual nos últimos anos. Caso sua análise esteja correta, o banco BTG poderia obter cerca de R$ 2 bilhões com os negócios existentes na carteira – um lucro de mais de R$ 1,6 bilhão, tendo como referência o valor pago. O mesmo analista citado pela revista disse que o BTG tem interesse em outras duas carteiras de crédito do Banco do Brasil, avaliadas em cerca de R$ 1,6 bilhão cada, e que atualmente estão entre os ativos da Previ.
A operação do BB com o BTG foi a primeira de uma carteira de crédito para uma empresa que não integra o conglomerado Banco do Brasil. A ANABB seguirá acompanhando o assunto e informando seus associados sempre que houver novos fatos. Leia a íntegra da reportagem da Revista Fórum.
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