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Esquecimento do bem comum

Irmar Fonseca fala na edição 260 do jornal AÇÃO sobre a coletividade e o bem comum


Em 29.07.2020 às 13:48 Compartilhe:

Recentemente, acompanhei um desabafo do Padre Zezinho que vem ao encontro do que penso. No vídeo, ele comenta sobre o momento atual de nosso país e, entre suas falas, uma me chamou atenção: “(…) atualmente, cada um puxa para seu lado, raramente para o povo, raramente [os políticos] pensam no futuro do Brasil, [eles] querem o poder, reconquistar o poder, querem o poder para o seu partido, para a sua igreja e para sua linha de partido, mas poucos querem o bem do povo”.

Essa mensagem me tocou e reflete o que estamos vivendo. Percebo que, cada dia mais, combater o lado contrário tornou-se mais importante do que agir em conjunto para alcançar um objetivo compartilhado. Aboliu-se a concepção de bem comum, de esforço coletivo para a superação de nossas mazelas. Descartou-se a possibilidade de dialogar, de buscar um denominador comum que favoreça o país e as instituições como um todo.

Entretanto, nessa pandemia, a ANABB e o Instituto Viva Cidadania uniram-se em prol de um bem comum: levar alimento a quem precisa. Esta foi uma iniciativa coletiva, que contou com a participação dos diretores regionais e o apoio de vários associados. Centenas de instituições foram beneficiadas e milhares de famílias foram atendidas. Para ajudar o próximo, não procuramos saber sobre partido político, religião, opiniões. Simplesmente, fizemos doações a quem estava precisando de amparo e alimento, pensando no bem de todos.

Usamos a palavra empatia com tanta frequência, mas, às vezes, esquecemos a importância e a força que ela tem em nossa existência. Sinto que essa palavra até perdeu seu significado. Entender o mundo do outro não é gritar em momentos estratégicos. Pelo contrário, é trazer para si a compreensão, o cuidado e o afeto com o próximo.

Este tem sido um ano difícil para todos. Se olharmos para o lado, de maneira solidária, pensando no bem comum, poderemos enfrentar os desafios com mais humanidade e menos individualismo. Afinal de contas, o coronavírus provou-nos que estamos no mesmo barco. Para alguns, a tempestade foi mais intensa, mas todos nós fomos sacudidos.

Como funcionários do Banco do Brasil, sejam da ativa, sejam aposentados, tivemos e teremos um ano de escolhas de representantes em nossas entidades. Elegemos representantes na Cassi, na Previ e, em breve, será a vez da ANABB. E você, associado, com empatia e segurança, pensando sempre no bem de todos, deve participar desse processo eleitoral com a convicção de que a coletividade deve ter peso e estar acima de interesses pessoais.

Cuidar de nossa saúde, de nossa previdência e da perenidade de nossa Associação significa ter cuidado com promessas, pois todas as ações devem atender denominadores comuns. Assim também, em nosso país, as ações devem ser baseadas em um plano de Estado, e não de um governo.

Irmar Fonseca
Vice-presidente de Relações Institucionais
virin@anabb.org.br

Fonte: Agência ANABB