Veículos de comunicação apontaram prováveis motivações para a renúncia, oficializada nesta sexta-feira (24/07), assim como possíveis candidatos à sucessão
A renúncia do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes – tornada pública por meio de comunicação de fato relevante ao mercado na sexta-feira, dia 24/07 –, obteve repercussão na imprensa durante o final de semana.
Ao noticiarem a saída do atual presidente do BB do cargo, os órgãos de comunicação enumeraram possíveis motivações para o fato: desde questões pessoais até um possível desgaste político junto ao governo. Também apontaram prováveis candidatos à sucessão.
Rubem Novaes permanecerá no cargo até agosto, em data ainda a ser definida. Após, deverá assumir a função de assessor especial do Ministério da Economia, no Rio de Janeiro.
Veja a repercussão da renúncia na imprensa:
Alardeamento da privatização levou à saída de Novaes da presidência do BB.
Executivo desagradou presidente Jair Bolsonaro, funcionários e militares ao defender sistematicamente a privatização do banco. Gota d'água foram os embates com TCU sobre publicidade em sites acusados de disseminar fake news.
O jornal Correio Braziliense publicou texto em que afirma que a motivação final para a renúncia de Rubem Novaes foi sua disputa com o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a publicidade contratada pelo BB em sites apontados como disseminadores de notícias falsas e desinformação. O veículo destacou que o presidente do BB apresentou à Corte, na última semana, um agravo pedindo que fosse revista a proibição de a instituição anunciar em sites associados às fake news. O texto também lembrou a publicação de artigo assinado pelo presidente da ANABB, Reinaldo Fujimoto, que destaca que “causa apreensão a investida verbal do comando da empresa contra o Tribunal de Contas da União e as decisões tomadas relativas à publicidade do BB na internet, com indícios de investimentos em veículos inadequados. E mais: sem a devida transparência e prestação de contas”.
Guedes já apresentou a Bolsonaro o indicado para assumir BB.
O ministro Paulo Guedes (Economia) já apresentou ao presidente Jair Bolsonaro o nome do substituto de Rubem Novaes no comando do Banco do Brasil. O chefe do Executivo já teria concordado com o nome.
O site Poder 360 informa que a nomeação do próximo presidente do BB deve ocorrer nos próximos dias e cita como um dos candidatos mais cotados Carlos Hamilton Vasconcelos de Araújo, que tem 55 anos de idade e é o atual vice-presidente de Gestão Financeira e Relação com Investidores da instituição. O texto destaca que Carlos Hamilton foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda em 2016, além de diretor de Política Econômica e de diretor de Assuntos Internacionais entre 2010 e 2015.
Economia vive dança das cadeiras após duas baixas.
Caio Megale oficializa saída quando Guedes ainda está busca novo presidente para BB.
O jornal Folha de S. Paulo ouviu fontes ligadas ao Ministério da Economia para afirmar que o futuro presidente do BB pode ser alguém ligado à iniciativa privada. Mas também aponta entre as soluções internas os nomes de Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, vice-presidente de Gestão Financeira e Relação com Investidores, identificado como uma indicação do próprio Rubem Novaes; Hélio Magalhães, presidente do Conselho de Administração do BB, que seria próximo ao secretário de Desestatização do governo, Salim Mattar; Walter Malieni Junior, vice-presidente de Negócios de Atacado e, ainda, Mauro Ribeiro Neto, vice-presidente Corporativo.
Guedes quer alguém jovem e que "aguente o tranco" no Banco do Brasil.
Ministro da Economia está avaliando os nomes dos possíveis sucessores de Rubem Novaes, que pediu demissão da presidência do BB nessa sexta-feira.
O jornal Correio Braziliense enumera como possíveis candidatos à Presidência do BB os vice-presidentes Mauro Ribeiro Neto (Corporativo), Carlos Hamilton (Gestão Financeira e Relação com Investidores), Walter Malieni (Negócios de Atacado) e Carlos Motta (Varejo), além do presidente do Conselho de Administração do BB, Hélio Magalhães. Mas o texto também cita como possíveis sucessores nomes de fora da instituição, como o presidente do Conselho de Administração do BNDES, Marcelo Serfaty, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.
Escândalo: Banco do Brasil é assaltado em operação com BTG Pactual.
Banco criado por Paulo Guedes comprou por R$ 370 milhões carteira de crédito do Banco do Brasil que vale R$ 3 bi...
Texto publicado pelo site Jornalistas Livres lembra que, cerca de duas semanas antes de comunicar sua renúncia do cargo de presidente do BB, Rubem Novaes vendeu ao BTG Pactual, por R$ 370 milhões, uma carteira de crédito do Banco do Brasil com valor estimado em R$ 3 bilhões. Conforme o site, jamais o Banco do Brasil realizou operação semelhante sem a abertura de processo de licitação para concorrência pública. O texto também destaca que o BTG Pactual foi criado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Presidente do Banco do Brasil anuncia que deixa o cargo.
No início de junho, a Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) pediu para que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investigasse a oscilação das ações do banco após as repetidas falas de Novaes em privatização.
O site Pombal Notícias (Bahia) lembrou a reunião ministerial de 22 de abril, na qual Rubem Novaes defendeu que o BB “estaria pronto para um programa de privatização” e o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou: “tem que vender essa p. logo”, referindo-se ao Banco do Brasil. O texto também destacou que, logo após as declarações, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o assunto só seria debatido em 2023. Ou seja, após a eventual eleição para um segundo mandato na Presidência da República. Lembrou, ainda, que a ANABB pediu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que investigasse a oscilação do valor das ações do BB após as repetidas falas de Novaes favoráveis à privatização.
Guedes sofre terceira baixa na equipe em um mês.
Após Mansueto e Novaes, o diretor da Fazenda, Caio Megale, decide deixar o governo. Para analistas, mudanças são parte do jogo.
O jornal O Globo destacou as três baixas na equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, no período de apenas um mês: os pedidos de exoneração do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, no dia 24 de julho; do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, no início do mês; e a mais recente delas, do titular da Secretaria de Fazenda, Caio Megale. Este teria afirmado que pretende deixar o cargo até esta sexta, dia 31 de julho, para voltar ao setor privado.