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ANABB

ANABB pede à CVM investigação sobre oscilação das ações do Banco do Brasil

Para a Associação, ativismo verbal envolvendo o BB afeta o valor dos papéis da empresa e pode ensejar ações de compra e venda, desrespeitando regras que impõem transparência e informação completa a todos os investidores


Em 10.06.2020 às 13:27 Compartilhe:

A ANABB, na condição de acionista do Banco do Brasil, encaminhou carta à Presidência da Comissão de Valores Mobiliários nesta terça-feira, dia 9 de junho, em que solicita à entidade reguladora um exame técnico aprofundado sobre o padrão de oscilação das ações do BB.

A solicitação da ANABB está baseada nas reiteradas declarações do presidente do Banco do Brasil e em afirmação do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que há planos e intenções de venda de ativos da empresa. Afirmações estas que afetam diretamente o valor dos papéis de uma companhia aberta e que podem ensejar ações de compra e venda, estando em desacordo com as regras de informação transparente e completa para todos os investidores.

“Disseminar informações incompletas, possivelmente inverídicas, causa prejuízo aos papéis da empresa e configuram práticas nocivas aos interesses dos investidores. Pode, ainda, configurar movimentos especulativos impulsionados pelas declarações públicas de intenção de venda do BB”, diz um trecho da carta.

Veja o documento na íntegra:

Carta da ANABB à Comissão de Valores Mobiliários

 

REPERCUSSÃO NA MÍDIA

O jornal Valor Econômico repercutiu o pedido de investigação da ANABB à CVM sobre a oscilação das ações do BB. Veja abaixo matéria completa publicada pelo veículo de comunicação:

Funcionários do BB querem investigação sobre oscilação de ações

Ana Paula Ragazzi

Jornal Valor Econômico. De São Paulo

 

A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) pediu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a abertura de uma investigação sobre a oscilação das ações do banco em bolsa após declarações de autoridades do BB.

Por meio de uma carta encaminhada à autarquia, a associação expressa a "desconfiança de que o ativismo verbal envolvendo o Banco do Brasil possa ensejar ações de compra e venda em desacordo com as regras de informação transparente e completa para todos os investidores".

O documento cita pelo menos seis datas em que o presidente do banco, Rubem Novaes, falou publicamente em entrevistas sobre planos e intenções de venda de ativos do BB. Esse tipo de informação, destaca a ANABB, afeta diretamente as cotações da companhia e por essa razão a associação entende que os fatos merecem "um exame técnico e aprofundado a respeito do comportamento das ações do Banco do Brasil". Procurado, o BB não comentou.

Novaes costuma fazer comentários, já há mais de um ano, sobre uma eventual privatização, que daria mais eficiência ao banco.

O documento entregue à CVM também cita as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, em reunião ministerial que acabou se tornando pública após a divulgação de um vídeo, em 22 de maio. O ministro enfatiza a ideia de que o BB seja vendido.

Conforme a ANABB, as falas colocam até mesmo datas para que isso aconteça, como "2022 ou 2023". Ao mesmo tempo, diz o texto, "o presidente da República afirmou, em diversas ocasiões, que este assunto não faz parte da agenda do governo federal — entenda-se, aqui, o acionista majoritário".

A associação destaca que disseminar "informações incompletas e possivelmente inverídicas" causa prejuízos aos papéis da empresa na bolsa e configuram práticas nocivas aos interesses dos investidores. "Podem, ainda, configurar movimentos especulativos impulsionados pelas declarações públicas de intenção de venda do BB", diz o texto.

A ANABB destaca que, por se tratar de uma empresa listada, solicita uma investigação a respeito do padrão de oscilação das ações dos papéis. O Banco do Brasil tem hoje 447 mil investidores pessoa física, além de 13 mil pessoas jurídicas e mais 2,4 mil institucionais.

A ANABB possui mais de 100 mil funcionários associados, entre aposentados e também ainda na ativa. A associação, que é acionista do BB, nasceu nos anos 80, como oposição aos sindicatos. Possui função institucional e não depende de recursos do BB.
 

Fonte: Agência ANABB