Comissão mista ouve presidente do BB sobre ações do Banco no combate à Covid-19

Para a ANABB, que acompanhou toda a audiência, as respostas do presidente do Banco foram pouco esclarecedoras, contraditórias, com pouco detalhamento sobre o papel fundamental que o Banco do Brasil

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O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, apresentou nesta segunda-feira (8/6),  à Comissão Mista da Covid-19, as ações adotadas pela instituição no combate à doença. A audiência pública interativa foi transmitida pelo site do Senado Federal e contou com a participação de senadores, deputados, além dos internautas que puderam enviar perguntas.

A Comissão Mista da Covid-19 foi constituída pelo Decreto Legislativo nº 6, de 2020, sendo destinada a acompanhar a situação fiscal e a execução orçamentária e financeira das medidas relacionadas à emergência de saúde pública de importância internacional relacionada ao coronavírus. É presidida pelo senador Confúcio Moura (MDB/RO), tendo como relator o deputado Francisco Junior (PSD-GO).

RECONHECIMENTO x PRIVATIZAÇÃO

Já no início da sua apresentação, o executivo do Banco do Brasil teceu elogios pelo reconhecimento que o BB vem alcançado em diversas categorias tais como melhor banco do ano, banco mais inovador, empresa financeira mais sustentável do mundo, melhor gestor de fundos de renda fixa, um dos melhores empregadores de empresas de 119,  entre outros. 

No entanto, mesmo sendo considerado um Banco eficiente, estratégico e fomentador da economia e do desenvolvimento do país, Rubem Novaes não deixou de defender a privatização da instituição, fato que chamou a atenção dos parlamentares durante a audiência.

“O senhor disse que o Banco do Brasil precisa ser vendido, porque a nova forma de bancarização vai promover mudanças na atuação dos bancos , pois eu queria a ineficiência do Banco do Brasil, que foi o terceiro banco que mais lucrou em 2019”, disse a senadora Kátia Abreu (PP/TO).

A deputada Eliziane Gama (Cidadania/MA) também considerou que as justificativas apresentadas pelo presidente do BB em defesa da privatização não são plausíveis.  Outros deputados, como Mauro Benevides Fillho (PDT/CE), também se manifestaram buscando explicações sobre o discurso do dirigente do BB: ao mesmo tempo em que afirma que o BB é bom, também diz que ele deve ser vendido. A senadora Zenaide Maia chegou a afirmar que as explicações dadas pelo dirigente do BB foram “desalentadoras e desanimadoras”.   

Nas suas justificativas, Rubem Novaes retornou com argumento já batido em outros discursos de que “temos um BB eficiente e qualificado, mas concorremos com bola de chumbo amarrada aos pés”.  Também disse que o BB não possui mais vantagens em ser banco público, mas carrega o ônus, principalmente por estar vinculado a órgãos como TCU, Secom, Sest, Casa Civil, entre outros.

CONCESSÃO DE CRÉDITO

O presidente do Banco foi muito questionado por deputados e senadores sobre o papel de banco público que o BB deve exercer, principalmente na pandemia, com a concessão de crédito para micro e pequenas empresas e ao agronegócio.  Ressaltaram que os bancos públicos estão ofertando menos que os privados e que o crédito deve chegar para salvar os pequenos negócios na crise.  Também pediram agilidade para liberação do Pronamp, que é o programa de financiamento para custeio e investimentos dos médios produtores rurais em atividades agropecuárias.

Em resposta, o presidente do BB disse que a instituição tem ampliado o crédito no limite das suas possibilidades e que “o sentimento de que as coisas não andam só vai passar quando a economia voltar a crescer”.

POSICIONAMENTO DA ANABB

Para a ANABB, que acompanhou toda a audiência, as respostas do presidente do Banco foram pouco esclarecedoras, contraditórias, com pouco detalhamento sobre o papel fundamental que o Banco do Brasil tem como motor da economia e do crescimento do Brasil. Algumas questões ficaram em aberto,  inclusive quando ele foi questionado por um internauta sobre a questão da publicidade em sites de fake news.

Dizer que o mercado bancário vai mudar rapidamente e que o BB teria dificuldade de acompanhar também não tem sentido, afinal, o Banco do Brasil sempre superou dificuldades com razoável facilidade. Hoje o BB é que tem a melhor tecnologia do mercado, os profissionais mais preparados e altamente lucrativo. Acompanhar as tendências de mercado nunca foi dificuldade para o Banco do Brasil.

Veja a íntegra da audiência pública no vídeo abaixo.