ANABB solicitou ao Conselho de Administração do Banco do Brasil a realização de auditoria interna para apurar publicidade em site denunciado por veiculação de notícias falsas
O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, será convocado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News para prestar esclarecimentos sobre a publicidade paga pelo BB no site Jornal da Cidade Online. O site foi denunciado pela conta de Twitter Sleeping Giants Brasil como propagador de notícias falsas e, desde então, vem perdendo anunciantes.
Preocupada com o prejuízo causado à reputação do Banco do Brasil pela veiculação de publicidade em um site identificado como disseminador de fake news, a ANABB encaminhou, já no dia 22/05, carta ao Conselho de Administração do BB em que aponta o descumprimento das normativas internas da instituição. Na carta, a Associação também pede a devida apuração dos fatos, com a instauração de auditoria interna.
O Poder Judiciário vem combatendo a disseminação de notícias falsas no País. Nesta quarta-feira, dia 27/05, por exemplo, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em diversos estados, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Foram alvo da ação diversos políticos, empresários e também sites de disseminação de fake news. A coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, publicou a informação de que o presidente do BB poderá ser incluído no inquérito sobre fake news em curso no STF.
“Auditores do TCU levantaram que o Banco do Brasil executou cerca de R$ 119 milhões com publicidade na internet, o que abarca polêmico site acusado de publicar notícias falsas. O caso está com o ministro Bruno Dantas e deve ter uma primeira decisão nesta quarta (27). O pedido da Procuradoria pode levar até mesmo ao afastamento de Novaes. Na reunião ministerial do dia 22 de abril, o presidente do BB chamou o TCU de ‘usina de terror’”, publicou o jornal Folha de S. Paulo.
Posição da ANABB
A ANABB enfatiza que o Banco do Brasil deve cumprir, em todas as circunstâncias, o Código de Ética da instituição, principalmente os capítulos 3 e 10, que repudiam práticas ilícitas e reiteram que a atuação do BB em mídias sociais deve se pautar pela responsabilidade, estando alinhada à integridade, transparência e respeito.
A vinculação da marca Banco do Brasil a sites e veículos de reputação duvidosa, denunciados como propagadores de notícias falsas, contrariam o Código de Ética, as normas de compliance e a própria política institucional de comunicação da instituição. Por isso, na carta endereçada ao Conselho de Administração do BB, a ANABB solicita informações sobre como a instituição está se resguardando para não veicular publicidade institucional ou mercadológica em plataformas associadas a fake news.
No documento enviado ao Conselho de Administração, a ANABB pede a realização de auditoria interna para apurar a veiculação de publicidade no Jornal da Cidade Online e ampara suas solicitações a respeito dos recursos investidos em publicidade na necessidade de transparência, exigida pelos órgãos de controle – a exemplo do próprio TCU. A Associação pede ainda que seja apresentada diretamente aos acionistas, no âmbito do Conselho de Administração, a política de investimentos do BB em mídia, sobretudo em sites e plataformas digitais.